Quero minha esperança de volta - LUTO
Está cada dia mais difícil conviver com essa situação de violência. Não que já tenha sido fácil; contudo, já foi menos frequente... A prova disso foi o ocorrido em nossa cidade, Macaé, no último dia 21 com o professor André. Sou do tempo em que podíamos voltar à meia-noite da Imbetiba, depois de ter encontrado uns amigos no bar "Redondo", quem tem mais de 40 sabe do que estou falando... Rs. Vinhamos em grupos risonhos, escandalosos, e o nosso maior pecado era falar alto e acordar a vizinhança. Que saudade!!!! Hoje, não sei se devo, se posso ou mesmo se quero lutar pela minha razão, visto que um simples incidente no trânsito pode custar a minha vida. Vida... Palavra hoje tão banal, tão... Sem vida. Não se tem por ela o cuidado de antes. E esse descaso tem sido tão banalizado que nem nos damos conta das dores que temos causado, direta ou indiretamente, aos nossos semelhantes. Por conta dessa banalização da vida, ou seria da morte? Muitas famílias têm sofrido a dor INCALCULÁVEL da perda, se é que se calcula dor. Sei que a violência não ocorre somente em nossa cidade, ela é uma constante no mundo, somos reféns do descaso pela vida, somos reféns do próprio umbigo, mas por que temos de nos conformar? Gostaria muito de dizer que tenho esperança de que as coisas vão melhorar, mas não posso. Não que eu seja pessimista, não; é que o bem é silencioso, educado e pede licença, enquanto que o mal é escandaloso, invasivo e impetuoso.
Dedicado a todas as famílias que tiveram seus entes arrancados de suas vidas.
